O Sindicato dos Trabalhadores na Universidade Federal de Alagoas (SINTUFAL) e a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (ADUFAL) vêm a público externar sua absoluta rejeição ao pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, veiculado no dia 24 de março (terça-feira) de 2020, em cadeia nacional de rádio e TV, incitando o povo brasileiro a contrariar as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e das demais autoridades sanitárias brasileiras e do mundo, em relação à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).
A comunidade científica e a sociedade civil reagiram de forma veemente e indignada, e o presidente ficou mais isolado politicamente, inclusive em sua base aliada. A atitude de Bolsonaro, embora aparente desorganização mental, é uma tática midiática da nova extrema-direita que objetiva destruir passo a passo o espaço público e democrático, interditando o debate racional, lógico, baseado em fatos e argumentos por acusações infundadas e desprovidas de qualquer comprovação ou evidência.
A realidade é que temos uma crise do capital financeiro internacional que já vinha se agravando e que, somada à crise sanitária do COVID-19, tem os mesmos efeitos de uma guerra mundial: paralisa a economia, lança milhões na miséria, fome, desespero, agrava situações de violência e vulnerabilidade, destrói vidas humanas, acaba com as forças produtivas e os excedentes da produção acumulados e não distribuídos no planeta.
Com base nesse contexto, a maioria dos países preparam planos de enfrentamento à crise, similares aos aplicados no pós-Segunda Guerra Mundial. No Brasil, ao contrário, o governo de Bolsonaro/Guedes aprofunda o projeto de DESTRUIÇÃO do Estado Democrático de Direito e de Bem Estar Social. Suas “reformas” são pura destruição, implantadas sob a grande chantagem da recessão econômica e desemprego impostos à classe trabalhadora.
O pronunciamento de Bolsonaro aponta a direção de seu plano genocida alinhado aos interesses do capital financeiro:
As medidas de Bolsonaro / Guedes são claras:
Aos bancos tudo, à classe trabalhadora a conta da crise, a perda de renda, de direitos, a fome. Essas medidas irão gerar mais recessão e desemprego, dando sequência ao círculo vicioso das políticas neoliberais genocidas.
Diante da crise que se agrava e do governo que vai a caminho do desastre, é urgente que nos levantemos, denunciemos e pressionemos o Congresso Nacional para barrar estas medidas no plenário, assim como é necessário pressionar o Judiciário, que tem o dever de defender a Constituição.
Defendemos emergencialmente:
Porém, esse conjunto de medidas precisa ser efetivado em articulação com o conjunto do movimento sindical, dos segmentos sociais e das demais organizações que defendem a classe trabalhadora. Em âmbito nacional, é fundamental que o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) e a Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA), associados a outras entidades nacionais e Centrais Sindicais, façam a defesa do conjunto dos servidores e do serviço público, levando em conta que apenas estas têm legitimidade para propor ações judiciais sobre matérias constitucionais junto ao Supremo Tribunal Federal.
É fundamental reivindicar dos parlamentares federais que estes defendam a saúde da população, a manutenção e ampliação dos serviços públicos e que assumam de fato o seu papel de fiscalização dos atos do Poder Executivo e de garantia da ordem democrática.
Maceió, 26 de março de 2020.