Os candidatos derrotados no pleito para as Direções do Instituto de Matemática (IM) e do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA) da UFAL apelaram à justiça contra a paridade na consulta eleitoral, em uma tentativa desesperada e inconsequente de reverter o resultado das urnas. Com tal ação, demonstram seu total desprezo tanto pela democracia como pela autonomia universitária. Para tentarem se impor no poder destes Institutos, recorrem para que a justiça interfira na autonomia universitária, querendo suprimir a conquista legítima e democrática da paridade nas eleições da Universidade em favor da fórmula arcaica e anti-democrática que preconiza o 70% do peso eleitoral para os Docentes e apenas 30% para técnico-administrativos e estudantes.
A paridade nas eleições para Reitoria da UFAL foi uma grande conquista democrática, que, depois de três décadas, através da Resolução 49/2017 do CONSUNI, conseguimos estender às direções de Unidades Acadêmicas. A Resolução 49/2017 foi aprovada em setembro do corrente ano com amplíssima maioria e aplicada em todos os processos de escolha de diretores das Unidades. Entretanto, provando todo o casuísmo que os movem, após disputarem o pleito com as regras equitativas da paridade entre os segmentos e perderem nas urnas, esses candidatos derrotados seguem agora a via do GOLPE, desrespeitando o CONSUNI, as categorias de estudantes e técnico-administrativos e os próprios Institutos que ansiavam dirigir.
Em um cenário onde as universidades públicas estão sendo gravemente ameaçadas em seu caráter e sua própria existência, através de uma crise planejada e do projeto reacionário encampado pelo governo ilegítimo de Temer, a defesa da autonomia universitária, atacada pelos perdedores inconformados, torna-se ainda mais premente. Portanto, os técnico-administrativos, que tanto lutaram junto as demais categorias para a conquista da paridade e pela preservação da autonomia, não irão permitir mais esse golpe. Nós, que estamos lutando arduamente contra um Presidente da República ilegítimo e seu projeto político-econômico-cultural reacionário, não aceitaremos aqui na UFAL diretores ilegítimos. Essa a tentativa de golpe em curso não é de todo surpreendente quando lembramos que, em 2014, o então diretor do ICHCA, que agora não admite perder a reeleição, defendeu abertamente em sessão do CONSUNI que os técnico-administrativos em greve tivessem seus pontos cortados. Se esses candidatos não são capazes sequer de respeitar as regras democráticas a que se submeteram nas eleições, o que fariam se assumissem de fato a Direção destes Institutos?
O SINTUFAL, coerente com o princípio de uma universidade pública democrática, envidará todos os esforços políticos e jurídicos contra esse ataque. Denunciaremos incansavelmente a toda comunidade acadêmica e tomaremos todas as ações judiciais cabíveis. E, desde já, conclamamos em especial às comunidades do IM e do ICHCA, honrando o melhor de suas tradições acadêmicas, para que repudiem esse ato de desrespeito as suas decisões, inequivocamente manifestadas nos pleitos democráticos realizados.
Direção Colegiada do SINTUFAL
Maceió, 21 de dezembro de 2017