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Técnico da Ufal lança livros na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas

Evento aconteceu de 31 de outubro a 9 de novembro no Centro de Convenções Ruth Cardoso

Foto por: Edilson Omena (Tribuna Independente)
Escritor e assistente em administração da Ufal, Rodrigo Severiano

A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas 2025 ocorreu de 31 de outubro a 9 de novembro no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Maceió, com o tema "Brasil e África: ligados culturalmente nas suas raízes e ritos". Atividade teve participação de mais de 700 autores, além dos lançamentos de livros, aconteceram debates e exposições. 

Foi neste cenário que o escritor e assistente em administração da Ufal, Rodrigo Severiano, fez os lançamentos de seus livros. Ele explica que “o livro Na medida do (in)possível foi publicado pela Editora Leia Alagoas em 2025 e lançado na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas”.

“O projeto foi realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SECULT). O Poema Buraco também conta com esse mesmo histórico em relação à editora e linha de financiamento. Lançá-los na Bienal foi muito especial, tendo em vista que trata-se do maior evento literário do estado, no qual uma grande quantidade de autores se reúne em prol de divulgarem seus trabalhos” explicou Severiano.

Já o livro “Na medida do (in)possível” é uma obra plural e multifacetada, que aglutina poesia às ilustrações das artistas Yara Pão, Beatriz Azevedo e Bruna Barbosa. A edição ainda incorpora QR Code que permite o acesso à declamação de alguns poemas, oferecendo ao leitor uma experiência literária interativa e sensorial. Em suas páginas, vida e arte se entrelaçam em simbiose, explorando linguagens que transitam entre o olhar singular do autor e a percepção ousada de artistas de estilos variados argumenta Severiano. Ele complementa dizendo que “o resultado é uma poética da invenção, nascida da mania dos inventores de observar o cotidiano e convertê-lo em palavra. Mais do que um livro de poemas, Na medida do (in)possível é um convite à reflexão, ao sentir e à celebração da multiplicidade humana e de suas formas de expressão”.

Já o Poema Buraco “nasce do olhar atento sobre Maceió e as marcas deixadas pela mineração predatória que transformou bairros inteiros em silêncio, ausência e memória perdida. É triste converter dor em poesia, mas vendo todo aquele cenário parecia um erro não o fazer. Sendo assim, a partir da escuta de vozes afetadas, a poesia se torna testemunho e resistência diante de um desastre que ainda reverbera. Mais do que versos, o livro é um registro sensível do vazio — físico e emocional — que se abriu na vida de milhares de pessoas” argumenta Severiano.

“Os poemas, acompanhados dos registros fotográficos de Carlos Lopes, transformam vivências e cicatrizes urbanas em arte, compondo um retrato lírico e documental da cidade ferida. Em 10 de dezembro de 2023, o solo sob a mina 18 ruiu, abrindo uma cratera sob a Lagoa Mundaú. O episódio teve grande repercussão na imprensa e nas redes sociais. Estimulado por uma companheira de trabalho, a professora Laura Pimenta, do curso de Relações Públicas da Ufal — que também assina o prefácio da obra —, declamei o poema no Instagram (@severiano082), alcançando quase 19 mil visualizações. O gesto espontâneo revelou a força da palavra como forma de elaborar o trauma coletivo e dar voz ao que ainda ecoa sob o chão. Entre perdas, lembranças e esperanças, Poema Buraco se afirma como um convite à reflexão sobre o impacto humano e social das feridas abertas na terra e na memória coletiva de Maceió” comenta o escritor.

“Em ambos os casos escrevo porque sinto um impulso gigante em reinventar o mundo a partir de um olhar poético. Sou bem novo nesse movimento, tendo em vista que meus primeiros dois livros são de contos: Contando o sete e Sinestesia e o cheiro do olhar. Antes da pandemia, estimulava as ilustradoras a fazer algum projeto envolvendo seus trabalhos (as três foram minhas alunas no colégio), mas somente depois do que passamos com a covid-19, resolvi deixar os poemas ganharem o mundo “explica o autor. “Ao ser premiado também na categoria de poesia, resolvi atrelar tanto a coletânea de poemas, quanto o Poema Buraco à outras linguagens e o resultado foram as duas obras lançadas na bienal” esclarece.

Severiano finaliza dizendo que “para o futuro devo conciliar as atividades como assistente em administração no COS, o doutorado em Literatura e as aulas no Montessori, mas já tenho ideias para novos livros em 2027, quando teremos a 12ª Bienal internacional do livro de Alagoas”.

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