O Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro, é um importante marco na luta por dignidade, respeito e igualdade para a comunidade trans. Mais do que uma celebração, essa data destaca a necessidade urgente de combater a violência, a discriminação e os retrocessos impostos por governos e estruturas sociais conservadoras. É necessário, diariamente, reafirmamos nosso compromisso com a proteção integral de crianças e jovens trans, defendendo a inclusão de medidas específicas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Além disso, é essencial garantir uma transição social segura, pleno acesso a cuidados de saúde para crianças trans e a construção de um futuro livre de discriminação. O Sistema Único de Saúde (SUS) deve avançar na criação de ambulatórios especializados, na realização de cirurgias de afirmação de gênero e no combate a práticas discriminatórias, pois esses serviços são fundamentais para a dignidade e qualidade de vida das pessoas trans.
O Brasil continua a liderar, há 15 anos, o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans, e o fim dos transfeminicídios é uma demanda urgente e central na luta pela vida dessa população.
A 2ª ‘Marsha’ Nacional pela Visibilidade Trans levantará a voz com o grito: “Chega de genocídio trans e prostituição compulsória! Queremos direitos isonômicos!”. As políticas do governo Donald Trump têm causado retrocessos significativos para os direitos LGBTQIA+ em todo o mundo. A exclusão de pessoas trans de políticas públicas e programas de diversidade, juntamente com o incentivo a discursos discriminatórios, cria um ambiente de exclusão e violência.
No Brasil, esses efeitos são percebidos no fortalecimento de movimentos reacionários e na dificuldade de consolidar direitos para a comunidade LGBTQIA+, especialmente para pessoas trans. É crucial resistir a essas influências e combater a legitimação do preconceito. Apesar dos desafios, a organização coletiva no Brasil tem gerado avanços significativos, como a ampliação das cotas para pessoas trans nas universidades, que agora abrangem tanto a graduação quanto a pós-graduação.
Essas políticas afirmativas são ferramentas essenciais para enfrentar desigualdades históricas, promovendo inclusão e transformando vidas. Além disso, ao garantir o acesso de pessoas trans ao ensino superior, essas iniciativas contribuem para mudanças estruturais, incorporando vozes trans em espaços de produção de conhecimento e poder.